"Sou filho do pé de serra do sertão queimado!"
Vejamos o texto abaixo de Euclides da Cunha escrito em 1902. "Os Sertões"
Transcrevo aqui algumas informações do site http://www.colegioweb.com.br/
Talvez essa expressão seja estranha aos que não conhecem a caatinga e para ilustrar (talvez até provocar), lhe convido a assistir ao vídeo com a música de Jacinto Silva que caracteriza um pouco a paisagem, o ambiente, a cultura, o cotidiano do vaqueiro e da ocupação do território a partir da criação bovina.
Quando pensamos na caatinga possivelmente nos vem a ideia de um local com escassez de água. Mas certamente o ambiente da caatinga é muito mais que o "sertão queimado" apresentado pela grande mídia.
É certo que no sertão nordestino há um conjunto de fatores ambientais que fazem essa região ter características únicas, sendo que os índices de pluviosidade, temperatura ambiente e luminosidade associados a Pedologia / Geologia, resultam em um ambiente que exige dos seres vivos adaptações de sobrevivência e (considerando o homem) planejamento de uso e ocupação do espaço para o desenvolvimento social. (Penso que isso só através de organização popular para a transformação societária )
Observando a flora e a fauna presentes nesta região é possível entender a plena adaptação da vida ao ambiente. A paisagem da caatinga, assim como a dinâmica ambiental, se transformam sobremaneira com a chegada das chuvas, o que faz renovar as cores, odores e sabores.
Andar pela caatinga desperta sensações inesquecíveis e surpreendentes como admirar a beleza das flores de xique-xique, mandacaru, catingueira ou mesmo tatear árvores como o marmeleiro, mulungu, a macambira e a gameleira... esta aliás com aroma indescritível !
Vejamos o texto abaixo de Euclides da Cunha escrito em 1902. "Os Sertões"
Poucas espécies da caatinga não perdem as folhas na época da seca. Ao caírem as primeiras chuvas a caatinga perde seu aspecto rude e torna-se rapidamente verde e florida.
Vejamos algumas plantas suas flores. A maioria dessas é utilizada em chás, remédios e temperos.
Algaroba
Angico
Aroeira
Catingueira
Cardo santo
Caroa
Juazeiro
Jurema
Jurubeba
Macambira
Marmeleiro
Fotos: fatosefotosdacaatinga.blogspot.com
O umbuzeiro
Representa o mais frisante exemplo de adaptação da flora sertaneja.
E reparte-se com o homem. Alimenta-o e mitiga-lhe a sede. Abre-lhe o seio acariciador e amigo, onde os ramos recurvos e entrelaçados parecem de propósito feitos para a armação das redes bamboantes. E ao chegarem os tempos felizes dá-lhes os frutos de sabor esquisito para o preparo da umbuzada tradicional.
O gado, mesmo nos dias de abastança, cobiça o sumo acidulado das suas folhas. Realça-se-lhe, então, o porte, levantada, em recorte firme, a copa arredondada, num plano perfeito sobre o chão, à altura atingida pelos bois mais altos, ao modo de plantas ornamentais entregues à solicitude de práticos jardineiros. Assim decotadas semelham grande calotas esféricas. Dominam a flora sertaneja nos tempos felizes, como os cereus melancólicos nos paroxismos estivais.
É a árvore sagrada do sertão. Sócia fiel das rápidas horas felizes e longos dias amargos dos vaqueiros.
Representa o mais frisante exemplo de adaptação da flora sertaneja.
E reparte-se com o homem. Alimenta-o e mitiga-lhe a sede. Abre-lhe o seio acariciador e amigo, onde os ramos recurvos e entrelaçados parecem de propósito feitos para a armação das redes bamboantes. E ao chegarem os tempos felizes dá-lhes os frutos de sabor esquisito para o preparo da umbuzada tradicional.
O gado, mesmo nos dias de abastança, cobiça o sumo acidulado das suas folhas. Realça-se-lhe, então, o porte, levantada, em recorte firme, a copa arredondada, num plano perfeito sobre o chão, à altura atingida pelos bois mais altos, ao modo de plantas ornamentais entregues à solicitude de práticos jardineiros. Assim decotadas semelham grande calotas esféricas. Dominam a flora sertaneja nos tempos felizes, como os cereus melancólicos nos paroxismos estivais.
É a árvore sagrada do sertão. Sócia fiel das rápidas horas felizes e longos dias amargos dos vaqueiros.
O VAQUEIRO NORDESTINO
É o tipo de maior expressividade no sertão nordestino. Uma das características do Vaqueiro é que, mesmo sendo fisicamente magro, com pequena estatura e calmo, é um homem muito trabalhador e destemido na luta com os animais. Ao perseguir um boi na caatinga torna-se intrépido e arrojado. No seu trabalho usa indumentária feita em couro para proteger o corpo dos espinhos e galhos das árvores. Muitas vezes, para arrebanhar o gado, é necessário a "pega do boi na caatinga" utilizando apenas o cavalo e usando a indumentária acima citada. Estando montado a cavalo, ao encontrar a rês desgarrada, corre atrás dela por entre a fechada vegetação da caatinga e ao alcançá-la, puxa-a pelo rabo, derruba-a ao solo e rapidamente a amarra. Após "pear" o boi, para impedir passadas largas, coloca-lhe uma "careta" feita de couro que só permite ao animal visão lateral e pendura-lhe no pescoço um "cambão", pesada peça de madeira que impede que o boi possa correr. Feito isso o animal está totalmente dominado e facilmente pode ser levado para o curral a fim de que receba o ferro a fazenda. Da "Pega de boi na caatinga" originou-se a Vaqueijada, esporte do sertão praticado pelos vaqueiros propriamente ditos e também por vaqueiros esportistas que utilizam locais apropriados para a prátrica do esporte.
Fonte:
xiquexiquense.blogspot.com.br
xiquexiquense.blogspot.com.br
Transcrevo aqui algumas informações do site http://www.colegioweb.com.br/
No interior do país, nas vastas áreas do sertão, fatores históricos, sociais e econômicos, aliados às características de clima e vegetação, determinam fortes contrastes na paisagem nordestina e no nível de vida da população. Sertão é uma região geográfica caracterizada pela presença de clima semi-árido, vegetação de caatinga, irregularidade de chuvas, solos secos e rios intermitentes ou temporários. O sertão nordestino compreende as áreas mais secas e distantes do litoral leste do Brasil, situadas nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Apenas no Ceará e no Rio Grande do Norte o sertão chega até o litoral.
O sertão do Nordeste apresenta três formações típicas:
1- Amplas superfícies aplainadas, drenadas ao norte pelos rios Jaguaribe, Apodi e Açu, e a leste pelo São Francisco; 2- Maciços cristalinos, cujos esporões mais ocidentais são os da Borborema; 3- Chapadas sedimentares, como as de Ibiapaba, do Araripe e do Apodi. Apresenta clima semi-árido, com estação chuvosa no verão, mas há amplas áreas onde predomina o clima tropical chuvoso, com inverno seco. Em alguns trechos, a taxa pluviométrica anual é inferior a 500mm, sucedendo-se, às vezes, vários anos de estiagem. As prolongadas secas determinam a emigração da população pobre. As superfícies aplainadas são, em geral, cobertas por caatingas, formação vegetal onde predominam arbustos de folhas decíduas; são também abundantes as cactáceas e as bromeliáceas. Nos brejos onde há água durante todo o ano, localizados ora em trechos altos e expostos aos ventos úmidos de sudeste, como a serra Negra, em Pernambuco, ora ao sopé das baixadas sedimentares, como o vale do Cariri, no Ceará, dominavam densas formações florestais, hoje substituídas por culturas de mandioca, cana-de-açúcar e árvores frutíferas. Nas amplas várzeas de solos aluviais, situados nos baixos cursos dos rios que deságuam na costa, proliferam densos carnaubais. Nos espaços vazios existentes praticam-se lavouras de subsistência, enquanto nos tabuleiros cria-se gado bovino. A densidade demográfica no sertão nordestino é baixa e varia de 5 a 25 habitantes por quilômetro quadrado. Grandes propriedades aí se localizam, quase todas dedicadas à pecuária extensiva e à agricultura.Fonte: www.colegioweb.com.br
O sertão do Nordeste apresenta três formações típicas:
1- Amplas superfícies aplainadas, drenadas ao norte pelos rios Jaguaribe, Apodi e Açu, e a leste pelo São Francisco; 2- Maciços cristalinos, cujos esporões mais ocidentais são os da Borborema; 3- Chapadas sedimentares, como as de Ibiapaba, do Araripe e do Apodi. Apresenta clima semi-árido, com estação chuvosa no verão, mas há amplas áreas onde predomina o clima tropical chuvoso, com inverno seco. Em alguns trechos, a taxa pluviométrica anual é inferior a 500mm, sucedendo-se, às vezes, vários anos de estiagem. As prolongadas secas determinam a emigração da população pobre. As superfícies aplainadas são, em geral, cobertas por caatingas, formação vegetal onde predominam arbustos de folhas decíduas; são também abundantes as cactáceas e as bromeliáceas. Nos brejos onde há água durante todo o ano, localizados ora em trechos altos e expostos aos ventos úmidos de sudeste, como a serra Negra, em Pernambuco, ora ao sopé das baixadas sedimentares, como o vale do Cariri, no Ceará, dominavam densas formações florestais, hoje substituídas por culturas de mandioca, cana-de-açúcar e árvores frutíferas. Nas amplas várzeas de solos aluviais, situados nos baixos cursos dos rios que deságuam na costa, proliferam densos carnaubais. Nos espaços vazios existentes praticam-se lavouras de subsistência, enquanto nos tabuleiros cria-se gado bovino. A densidade demográfica no sertão nordestino é baixa e varia de 5 a 25 habitantes por quilômetro quadrado. Grandes propriedades aí se localizam, quase todas dedicadas à pecuária extensiva e à agricultura.Fonte: www.colegioweb.com.br
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